segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

DIÁFANOS DIAS


Já não há rostos para esconder as mãos
As casas ficam cada vez mais transparentes
Porque expõe o viver íntimo das lágrimas,
Das gargalhadas neuróticas,
Tudo, como um punhal de ardente beijo.

Sem pudor vasculha-se o fundo dos olhos
Que nada mostram porque a chave está atravessada
No meio da rua por onde todos passam.



Desenho: João
Poema: Regina

2 comentários:

Graça Pires disse...

"As casas ficam cada vez mais transparentes", expostas ao absurdo dos dias...Um poema lindíssimo.
Um beijo.

Blimunda disse...

Acabou a hibernação e não me dizias nada?!!

A chave do fundo dos olhos dos outros não se encontrará enquanto não se descobrir que é dentro de nós e não fora dos outros que devemos procurá-la.