Amanhã terei menos um dia de futuro.
Já não crescerei mais em altura,
de hoje em diante
só poderei engordar ou emagrecer
conforme o meu estado de espírito.
Não sei o que me fará melhor
se uma esperança no meu destino
ou um chocolate com avelãs...
Fé e desconfiança
num braço de ferro,
desvantagem de muitos contra ninguém...
A indiferença
entre um café bem forte
e uma filosofia pessimista...
Nunca farei uma viagem à Índia,
nunca me escaparei desta eternidade...
é sempre agora, agora, agora,
agora sê-lo-á sempre,
até zero.
Há verdades. Sim.
Mas tudo o resto é absolutamente falso.
O comércio está prestes a fechar...
Só me falta o açúcar e a liberdade.
As palavras são um produto
para consumir antes do silêncio.
NOTA: Ainda sem o João e sem ilustrações!
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7 comentários:
este último verso é lindíssimo ;)
Nunca digas nunca!
'A vida começa todos os dias' era o que dizia um postal que tinha colado na parede do quarto quando andava na universidade. Não é verdade que de vez em quando o amanhã nos surpreende?
Entretanto anda comigo.
Num primeiro momento ficamos presos ao poema: é belo, escorre com uma doçura e uma serenidade que nos embevece... Depois começo a matá-lo, ou seja, a analisá-lo, ou seja ainda, a fazer o que nunca se deve fazer em poesia, mas que raramente me consigo impedir de fazer: atiro com "os olhos da razão" para o que só deveria ser visto com "um olhar interior"... e é então que me apercebo que, debaixo da simplicidade (não simplismo!) há uma tecedura bem complexa: a dicotomia inicial que vai percorrendo o corpo do texto; os paradoxos propositados (exº verdade/mentira), etc... e ainda, como disse a Alice, o final é lindíssimo...
O agora é o passo exacto no futuro.
Mais um belo poema com alma.
Um bjinho e um lindo dia
O futuro é hoje...
Chocolate com avelãs é óptimo...
Andamos por mesmos lugares, sem nunca antes nos encontrarmos...
Belas palavras, belo significado
Não sei se quero viver mais ou engordar comendo o que me da vontade.
Palavras e pensamentos
Ontem já foi futuro, amanhã será passado. Que tal viver o presente, como se mais nada houvesse?
E este poema é lindo, AGORA mesmo!
Beijinhos de hoje (fresquinhos)!
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