sábado, 30 de agosto de 2008

VAIDADES


a Lua contempla-se no espelho
está fria e sente-se  amarela por dentro
examina a sua face
minguante nos cantos dos olhos
sabe que nunca poderá ver
o ouro claro das madrugadas

dorme e é azul
a sua coberta feita de búzios

dorme porque tem os olhos cheios
crescentes desse contemplar


Desenho: Lurdes Breda
Poema: Regina

3 comentários:

Graça Pires disse...

Original este poema à lua: minguante no canto dos olhos e os olhos cheios crescentes.
Um beijo.

Blimunda disse...

Sabias que a sua face é miguante no canto dos olhos porque tenta avistar o seu mui amado amante com quem nunca se cruza? Se reparares bem quando a comtemplas, verás que os seus olhos não param de o buscar.

teresa g. disse...

Um dia vai acordar. Vai ver que o ouro sempre dançou em volta dela.

(Como é que este teu post ficou enterrado debaixo de uma pilha de posts?!)