quinta-feira, 2 de outubro de 2008

TANTOS TESOUROS


Gosto das manhãs brancas como o sal
É por isso que não acordo
Para manter as janelas perfeitas
Sem o vapor cristalizado das narinas

Não acordo
E cubro de ouro todos os meus espelhos
Porque quero ter certeza de que vou crescer
Retendo a respiração até aos pés

O sal refinado duma flor
É tudo quanto preciso

E tenho mais
Tenho o pó que sobe num remoinho
Para fazer um desenho dourado



Desenho: Lurdes Breda
Poema: Regina

4 comentários:

Graça Pires disse...

O sal. O ouro. Manhãs deslumbrantes e mágicas. Belo poema. Um beijo.

teresa g. disse...

Felizarda...

Celina Rodrigues disse...

Muito saboroso

João Videira Santos disse...

"...O sal refinado duma flor
É tudo quanto preciso..." - e eis o resultado. Gosto!