Um monstro voador entrou-me pela janela. Eu estava debruçado sobre a mesa a fazer as contas. O monstro mexia-se atrás de mim enquanto eu acabava de fazer as contas. Não tive ocasião de olhar para ele, porque as contas absorviam toda a minha atenção. A minha mãe entrou e perguntou-me se eu queria um café; respondi-lhe que não tinha tempo, que tinha de acabar as contas sem falta. Tive vontade de lhe pedir que enxotasse o monstro e fechasse a janela, mas estava tão compenetrado nas contas que não disse nada. Além disso, não tenho bem a certeza se, quando a minha mãe entrou, o monstro já cá estava. Mas é provável que não, pois quando o monstro entrou, já eu tinha sobre a mesa uma xícara de café frio que a minha mãe teimara em trazer, mas que eu não bebera por falta de tempo.
E agora o tempo urge; tenho de acabar as contas que, desde que o monstro entrou, não se solucionam nem por nada. O algarismo que escrevia no momento em que ele entrou, foi o último.
Um monstro voador entrou-me pela janela há uns escassos mil anos. Não tive ainda tempo para o ver, mas ele aguarda-me, guloso e negro.
É um monstro que não consigo resolver.
E agora o tempo urge; tenho de acabar as contas que, desde que o monstro entrou, não se solucionam nem por nada. O algarismo que escrevia no momento em que ele entrou, foi o último.
Um monstro voador entrou-me pela janela há uns escassos mil anos. Não tive ainda tempo para o ver, mas ele aguarda-me, guloso e negro.
É um monstro que não consigo resolver.
Regina